MOMENTO
É tarde,
Crepúsculo!
Meus olhos procuram alguma razão para explicar o que me queima o peito,
Meu coração busca uma resposta
O que está acontecendo comigo?
Onde está a tristeza que insistia ferir-me a alma?
Por onde anda a agonia que certamente dizimaria meu ser?
O que foi feito daquele sentimento ruim, aquele desejo de morte?
O que faria de mim?
Onde pensei enterrar meu ser?
De onde me surgiu o fio, quase invisível, ao qual me agarrei?
De onde brotou a ressurreição?
Qual a origem do meu renascimento?
Ver de novo a vida,
Verde, nova folha!
Sorrir sem razão,
Sussurrar por emoção,
Salivar de prazer,
Degustar o desejo.
Ah!, a vida abre-me novamente,
O horizonte ressurge na rotura do véu,
O invólucro se rompe, é possível viver.
A liberdade eleva-me
Flutuo, leve, elevado
Por quanto tempo não, sei
Será eterno? Não julgo.
Se terminar agora, valeu a pena.
Se sou feliz?
Não posso afirmar,
Apenas me realizo neste momento.
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